Isto nunca me aconteceu durante os meus 28 anos de Sporting no peito: constrangimento, por termos passado uma eliminatória europeia desta forma já tão adjectivada pelos blogs.
Irrita-me no entanto os jornalistas e os holandeses falarem de sorte ou milagres (e insistirem nesse ponto com prazer de corno) quando, do meu ponto de vista, estando o Sporting longe (infezlimente) das grandes equipas europeias, tem tido ao longo das últimas 2 décadas (as que eu assisti) tudo menos sorte nestas competições. É certo que tivemos Alkmaar, mas é certo também que jogámos melhor que eles. De resto, lembro-me de jogos recentes com a Roma, em que sofremos um golo nos últimos minutos após deflexão num Andreson Polga; outros mais antigos com o Real Madrid, com a bola a rastejar ao longo da linha de baliza do (se não me engano) Bodo Ilgner; com o Mónaco, em que perdemos nos ultimos minutos com um golo do Thierry Henry (ainda o Paulo Bento marcava penaltis no Sporting). Já para não falar no desequilíbrio sempre existente a nível de critérios por parte dos árbitros de cada vez que o Sporting defronta na Europa uma equipa maior.
O futebol é mesmo assim, não venham cá misturar alhos com bugalhos. Lá por o PB ser um idiota, não quer dizer que o Sporting não seja autorizado a ter um pouquinho de sorte de vez em quando, que ela não pode calhar só ao FC Porto.
2 comentários:
No que toca ao desfecho de uma qualquer acção ou iniciativa, os portugueses gostam de se focar no papel da sorte, dos favorecimentos, e dos pequenos erros ou momentos de génio individuais. Daria pano para mangas discutir porquê, embora algumas respostas surjam como candidatos prováveis.
A forma como, mais até do que os media, as opiniões na rua se manifestaram em relação à vitória do Sporting, é apenas mais um episódio.
A verdade é que, neste caso, nem me choca tanto. Não porque o Sporting não tivesse, como o Raúl diz e bem, algum crédito devido na roda da fortuna, mas porque o tédio do jogo pôs no golo uma carga de acontecimento bizarro. Se o jogo tivesse tido o mínimo de interesse, este golo até poderia ter ficado na história como um daqueles momentos mágicos do futebol como a defesa sem luvas do Ricardo ou a cabeçada do Miguel Garcia.
Epá, pois é verdade, tal como comecei por dizer, o constrangimento que tenho em ver o Sporting jogar assim e a passar eliminatorias que nem um coxo a rastejar pela meta, deixando um lastro de gosma repugnante, existe. Para dizer a verdade, preferia não termos passado, preferia fazermos como alguns gentlemen ingleses fazem, e termos tentado convencer o arbitro a anular o auto-golo. O que diz dizer foi que a comparação com Alkmaar, num altura em que o Sporting jogava o futebol mais competitivo de que tenho memória, é fácil de mais.
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