Os fins e os meios

Antes de mais, confesso que quando vi as cenas no aeroporto que antecederam a contratação do Moretto não me identifiquei com o meu clube. Nada tem a ver com a qualidade do jogador, tanto podia ser o Moretto como poderia ser o Preud'Homme. Quando lia declarações incendiárias do Veiga não me identificava também com o meu clube. Tal como quando vejo elementos das claques apoiantes do Benfica a esquecerem-se que importante é puxar pelo Benfica.

Não consigo, por isso, perceber a mentalidade dos portistas do vencer a todo o custo.

Este meu post surge um dia depois de mais um episódio, agora com o carro de Pinto da Costa, conduzido pelo seu motorista, a desobedecer à polícia e a atropelar um jornalista à saída do tribunal... A SAD do FC Porto já veio desmentir isto e a polícia minimizar. Verdade seja dita a SAD fez mais neste caso do que até nalguns processos do Apito Dourado em que se preocupou mais em alegar erros processuais do que desmentir o indesmentível. E revelou que apenas houve um contacto com o retrovisor. O jornalista caiu no chão, mas enfim... será apenas um fiteiro como muitos jogadores quando defrontam o FC Porto.

Isto aconteceu no dia em que Adriano ingressa no FC Porto B (B de Braga) depois de ter sido agredido numa noite à saída de uma discoteca. Ele que dias antes prometia abrir o livro.

A estas juntam-se outras como o carro partido a Christian Rodriguez no final de um jogo com resultado mau para o FC Porto, as agressões a um autarca de Gondomar, ou os foguetes no carro de Co Adriaanse, da espera ao Paulo Assunção enquanto este não assinava e a ameaça de um tiro, das ameaças ao Mourinho e mais uns episódios com Derlei. Num clube com este passado recente torna-se até pouco relevante falar de outro grande ícone, o guarda Abel.

Tudo isto é visto pelos adeptos do FC Porto de duas formas. Como uma consequência lógica e natural de se terem colocado contra posições da direcção do clube ou como uma cabala. A teoria da cabala é, também, muito utilizada nestas bandas para utilizar um esquizofrénico contra tudo e contra todos. Lema curiosamente usado num clube favorecido por muitos. Não apenas árbitros, porque esses na realidade foram favorecidos mas tiveram que ser pagos por isso, mas também por autarcas de Porto e Gaia ou de governantes que compraram a bom preço espaços na Torre das Antas.

Por fim, aconselho os recém (jornalista JN e Adriano) e futuro agredidos a não apresentarem queixas para não gastarem dinheiro e tempo em vão e não expôrem a justiça portuguesa ao ridículo de ver mais um processo terminado por falta de provas.

Enfim... para mim e para muitos, nem sempre os fins justificam os meios e nem sempre as vitórias nos fazem acríticos.