24.9.09

dá-me uma certa pena

Durante os últimos meses tem havido muito debate acerca da situação actual do Sporting, ao qual eu tentei contribuir da melhor forma, embora acabe invariavelmente da mesma maneira: a luta do bem contra o mal; dos optimistas contra os pessimistas; dos que apoiam contra os que querem desestabilizar. Enfim, é uma luta de contornos religiosos, quase, entre aqueles que preferem a escuridão confortável das sombras e os que almejam a verdade luminosa, isto é, os que calam e comem e os que perguntam por que é que não dá para sair da caverna e ter um grande Sporting.

Mas uma caverna é precisamente o sítio onde o Sporting se encontra neste momento, por não existirem respostas às dezenas de perguntas que por aqui tenho feito, tal como outra rapaziada que julgo ser digna de registo, aqui e ali, por exemplo. E, no entanto, as perguntas morrem.

Ora e parece que morrem precisamente com as vitórias do Sporting, sendo que os defensores dos discursos do apoio incondicional aproveitam para imaginarem chapadas de luva branca aos outros, os críticos.

O que parecem não entender é que estas vitórias mais recentes apenas salientam aquilo que eu e outros sempre dissemos: o Sporting tem uma base desportiva incrível: um historial relevante, uma mística inquestionável, uma academia muito bem estruturada e uns adeptos extraordinários. Com tudo isso é impossível perder todos os jogos, como é salientado na maneira como o Sporting tem vindo a ganhar: com raça, esforço, devoção e alguma qualidade individual, que equipa do Sporting definitivamente tem.

Mas da raça per se não virá grande coisa. Talvez um 2º ou 3º lugar. Talvez uma vitória contra o Porto neste próximo sábado (cenário que me parece provável). Mas continuaremos num mundo de ausência de respostas, num mundo em que não se compreende o que motiva os dirigentes e a equipa técnica do Sporting, onde jogadores bons são dispensados e outros maus são contratados, onde um Polga é titular indiscutível, onde um Moutinho é quem marca os livres, onde os prejuízos se acumulam apesar de vendas de património sucessivas, etc, que já não vale a pena enumerar os mistérios que contornam a gestão desportiva e financeira do Sporting.

Gritei golo a plenos pulmões quando o Vukcevic espetou aquela bola na baliza do Olhanense, partilhei a alegria dos jogadores (Liedson, Moutinho, Veloso, Vuk, tudo a festejar) e a seguir tive pena.

1 comentário:

PC Jr. disse...

o Sporting tem uma base desportiva incrível mas falta tudo o resto...falta toda a estrutura que sustente e proporcione um acreditar!

Força PORTO!