Durante os últimos meses tem havido muito debate acerca da situação actual do Sporting, ao qual eu tentei contribuir da melhor forma, embora acabe invariavelmente da mesma maneira: a luta do bem contra o mal; dos optimistas contra os pessimistas; dos que apoiam contra os que querem desestabilizar. Enfim, é uma luta de contornos religiosos, quase, entre aqueles que preferem a escuridão confortável das sombras e os que almejam a verdade luminosa, isto é, os que calam e comem e os que perguntam por que é que não dá para sair da caverna e ter um grande Sporting.
Mas uma caverna é precisamente o sítio onde o Sporting se encontra neste momento, por não existirem respostas às dezenas de perguntas que por aqui tenho feito, tal como outra rapaziada que julgo ser digna de registo, aqui e ali, por exemplo. E, no entanto, as perguntas morrem.
Ora e parece que morrem precisamente com as vitórias do Sporting, sendo que os defensores dos discursos do apoio incondicional aproveitam para imaginarem chapadas de luva branca aos outros, os críticos.
O que parecem não entender é que estas vitórias mais recentes apenas salientam aquilo que eu e outros sempre dissemos: o Sporting tem uma base desportiva incrível: um historial relevante, uma mística inquestionável, uma academia muito bem estruturada e uns adeptos extraordinários. Com tudo isso é impossível perder todos os jogos, como é salientado na maneira como o Sporting tem vindo a ganhar: com raça, esforço, devoção e alguma qualidade individual, que equipa do Sporting definitivamente tem.
Mas da raça per se não virá grande coisa. Talvez um 2º ou 3º lugar. Talvez uma vitória contra o Porto neste próximo sábado (cenário que me parece provável). Mas continuaremos num mundo de ausência de respostas, num mundo em que não se compreende o que motiva os dirigentes e a equipa técnica do Sporting, onde jogadores bons são dispensados e outros maus são contratados, onde um Polga é titular indiscutível, onde um Moutinho é quem marca os livres, onde os prejuízos se acumulam apesar de vendas de património sucessivas, etc, que já não vale a pena enumerar os mistérios que contornam a gestão desportiva e financeira do Sporting.
Gritei golo a plenos pulmões quando o Vukcevic espetou aquela bola na baliza do Olhanense, partilhei a alegria dos jogadores (Liedson, Moutinho, Veloso, Vuk, tudo a festejar) e a seguir tive pena.
1 comentário:
o Sporting tem uma base desportiva incrível mas falta tudo o resto...falta toda a estrutura que sustente e proporcione um acreditar!
Força PORTO!
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