Liedson: um caso de racismo

É claro que houve aqui e ali uma vozes mais críticas em relação ao Deco quando este se juntou à Selecção Nacional. Mas em relação a teorias fronteiriças todos se silenciaram aquando do nacionalismo ébrio que envolveu a passagem do Scolari (sim, a primeira cara da Selecção era um brasileiro) pela nossa equipa.
E se vêm com aquela de que o Deco é um jogador excepcional (e é bom, sim senhora), também não ouço ninguém bradar as céus pelo facto de termos um brasileiro naturalizado a jogar numa posição para a qual manifestamente não faltam bons jogadores - refiro-me a Pepe, pois claro, que não é um central por aí além e enquanto trinco faz rir.
Agora, e depois de inúmeras experiências de avançados portugueses (uns mais conhecidos, outros menos conhecidos, que vêm da Grécia, por exemplo, mas nem uns nem outros marcam golos), eis que chega um verdadeiro ponta-de-lança, que dá o litro, marca golos e sempre revelou ter uma fidelidade perante o seu clube - sim, um clube português - que nenhum dos outros alguma vez esteve interessado em ter. E que burburinhos ouvimos? Que a Selecção está descaracterizada e que o Queiroz escolheu o Liedson por desespero. Que piada!
Se Liedson se chamasse Abílio Silva e tivesse nas faces a mesma cor que o Murtosa tem nas nádegas estou certo de que não haveria desconforto algum.