1Recebi a notícia da nomeação de Carlos Carvalhal, às 2 horas e 46 minutos da manhã via blackberry, por um comunicado enviado pela CMVM. A primeira reacção que tive foi lembrar-me duma frase de Dias da Cunha, então na qualidade de presidente do Sporting, que quando se aventou a possibilidade de Mourinho ser o próximo técnico do clube terá dito, “não vejo nada que o recomende”.
No dia seguinte, falando com consórcios sportinguistas, os argumentos eram iguais: 1) não serve para o Marítimo, não serve para nós 2) não é primeira escolha, já vem enfraquecido 3) vem ainda mais enfraquecido já que o contrato é até ao final da época.
Fui meditando no que ouvia, e lembrei-me que: 1) Augusto Inácio quando chegou ao Sporting, não treinava há quase 1 ano, tendo sido despedido do Marítimo, que havia deixado em ultimo lugar e que, entretanto, havia recuperado significativamente sob o comando de Nelo Vingada 2) Inácio não era a primeira escolha. Todos sabiam que António Oliveira era o pretendido e, Inácio era, na melhor das hipóteses, uma segunda escolha 3) Inácio vinha como adjunto com poderes alargados, que tomaria conta da equipa principal até ser encontrado um treinador principal.
Os resultados dessa época são conhecidos. O Sporting quebrou um jejum de 17 épocas sem ganhar o campeonato. Tinha tudo para dar mal e deu certo. Tal como não havia nada que recomendasse Mourinho, mas hoje se calhar já não pensamos assim. Por vezes as coisas não são tão lineares como parecem à primeira vista. Estes dois casos são sintomáticos. Por isso, até ver, Carvalhal tem o meu apoio.
2Sempre associei a figura e o estilo de Paulo Bento ao de Octávio. Os dois pequenos, combativos, médios centros, enquanto jogadores. Como treinadores as mesmas características: rigor e disciplina de grupo; limitações a nível táctico; conhecimento profundo dos meandros do futebol; resposta pronta na ponta da língua na defesa dos superiores interesses do grupo de trabalho e do clube que representavam, ainda que não fossem do clube desde pequenos.
Por isso, sempre imaginei que quando Paulo Bento saísse, sairia como Octávio. Com a mesma dignidade e seriedade, não levando um tostão para casa, e sendo admirados pela massa associativa e pelo presidente. Quem não se lembra de Roquette falar no “nosso Octávio”, com quem se entendia por sinais de fumo. Mas também sairiam com imensa vontade de falar. De falar das incompetências e das traições daqueles com quem trabalharam, dos podres do clube, daquilo que passaram e que, segundo a visão deles, terá resultado no seu próprio fracasso.
Quando Octávio saiu, houve declarações de vice-presidentes e directores desportivos contra a sua pessoa, que o fizeram dar entrevistas nas quais atacava o Sporting, ainda que não José Roquette. José Roquette mais tarde, sairia em defesa do clube e os seus vices, o que levou à deterioração da relação entre ambos.
A ver pela incontinência verbal de Bettencourt, e tendo em conta a relação de crispação que se estabeleceu entre Rogério Alves e outras figuras do universo leonino com Paulo Bento, temo que mais cedo ou mais tarde o “forever” de Bettencourt dê lugar a “never ever”. É apenas um palpite. Não haverá mais acusações para trocar?
As histórias de Bento e Octávio têm demasiadas coincidências, tais como as de Carvalhal e Inácio. Provavelmente Bento irá para o FC Porto tal como Octávio foi. Seria bom demais que Bento tivesse o mesmo sucesso que Octávio no FC Porto e, Carvalhal o mesmo sucesso que Inácio no Sporting. Quem disse que o passado é o futuro usado?
No dia seguinte, falando com consórcios sportinguistas, os argumentos eram iguais: 1) não serve para o Marítimo, não serve para nós 2) não é primeira escolha, já vem enfraquecido 3) vem ainda mais enfraquecido já que o contrato é até ao final da época.
Fui meditando no que ouvia, e lembrei-me que: 1) Augusto Inácio quando chegou ao Sporting, não treinava há quase 1 ano, tendo sido despedido do Marítimo, que havia deixado em ultimo lugar e que, entretanto, havia recuperado significativamente sob o comando de Nelo Vingada 2) Inácio não era a primeira escolha. Todos sabiam que António Oliveira era o pretendido e, Inácio era, na melhor das hipóteses, uma segunda escolha 3) Inácio vinha como adjunto com poderes alargados, que tomaria conta da equipa principal até ser encontrado um treinador principal.
Os resultados dessa época são conhecidos. O Sporting quebrou um jejum de 17 épocas sem ganhar o campeonato. Tinha tudo para dar mal e deu certo. Tal como não havia nada que recomendasse Mourinho, mas hoje se calhar já não pensamos assim. Por vezes as coisas não são tão lineares como parecem à primeira vista. Estes dois casos são sintomáticos. Por isso, até ver, Carvalhal tem o meu apoio.
2Sempre associei a figura e o estilo de Paulo Bento ao de Octávio. Os dois pequenos, combativos, médios centros, enquanto jogadores. Como treinadores as mesmas características: rigor e disciplina de grupo; limitações a nível táctico; conhecimento profundo dos meandros do futebol; resposta pronta na ponta da língua na defesa dos superiores interesses do grupo de trabalho e do clube que representavam, ainda que não fossem do clube desde pequenos.
Por isso, sempre imaginei que quando Paulo Bento saísse, sairia como Octávio. Com a mesma dignidade e seriedade, não levando um tostão para casa, e sendo admirados pela massa associativa e pelo presidente. Quem não se lembra de Roquette falar no “nosso Octávio”, com quem se entendia por sinais de fumo. Mas também sairiam com imensa vontade de falar. De falar das incompetências e das traições daqueles com quem trabalharam, dos podres do clube, daquilo que passaram e que, segundo a visão deles, terá resultado no seu próprio fracasso.
Quando Octávio saiu, houve declarações de vice-presidentes e directores desportivos contra a sua pessoa, que o fizeram dar entrevistas nas quais atacava o Sporting, ainda que não José Roquette. José Roquette mais tarde, sairia em defesa do clube e os seus vices, o que levou à deterioração da relação entre ambos.
A ver pela incontinência verbal de Bettencourt, e tendo em conta a relação de crispação que se estabeleceu entre Rogério Alves e outras figuras do universo leonino com Paulo Bento, temo que mais cedo ou mais tarde o “forever” de Bettencourt dê lugar a “never ever”. É apenas um palpite. Não haverá mais acusações para trocar?
As histórias de Bento e Octávio têm demasiadas coincidências, tais como as de Carvalhal e Inácio. Provavelmente Bento irá para o FC Porto tal como Octávio foi. Seria bom demais que Bento tivesse o mesmo sucesso que Octávio no FC Porto e, Carvalhal o mesmo sucesso que Inácio no Sporting. Quem disse que o passado é o futuro usado?
2 comentários:
mto bom!
Compreendo as frustrações dos sportinguistas neste momento mas já tenho dito que há que dar espaço a Carvalhal. Tenho-o em conta como alguém com boas ideias mas talvez sem carisma. Por isso, propus no ano passado quando se falava na substituição de Quique que talvez fosse uma ideia ir buscar Humberto Coelho e Carvalhal para montar um modelo semelhante ao do Manchester com Queirós em que um líder carismático tem o apoio directo de um número dois com boas ideiaas.
Em qualquer caso, acho que fazia sentido Carvalhar ter uma oportunidade num grande e a actual situação do Sporting parece-me a oportunidade perfeita. Menos pressão do que é habitual (no sentido "pior é dificil"), com ainda bastante época pela frente e um plantel que não é miserável é antes desiquilibrado.
A comparação PB e OM tb é interessante mas qualquer pretexto para ir buscar o sr. "vcs sabem do eu estou a falar" para mim é bom. Um verdadeiro mono da bola.
Excelente texto. As analogias estao todas la. Resta saber se a historia se repete mesmo..
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