Dou por mim a demorar algum tempo a escrever depois de visualizar os jogos do Sporting. Há sempre algo de lamacento (no sentido de não se sair do mesmo sítio, por mais que se esbraceje) que me retira do teclado.
De caca vez que assisto a um jogo do Sporting deixo as emoções num outro lugar qualquer e este não foi excepção. Os que me conhecem acham estranho o silêncio e nem o pontapé do Matias me fez saltar do sofá. O que vejo em campo é, cada vez mais, um grupo de jogadores desesperados. Fazem-me pena, imagino as suas conversas no balneário, antes da partida, imagino os seus desabafos às famílias. O peso que carregam é transportado para dentro de campo e é contra ele que lutam e espernejam.
Tenho um sonho recorrente em que estou a tentar fugir de alguém, ou a tentar correr com uma bola de futebol, mas não tenho forças, os músculos não dão para aquilo que parecia ser fácil. Assim são os jogos do Sporting.
E senti especialmente pena deles neste fim-de-semana. Lembro-me dum comentário do Lima há uns tempos, e envergonho-me deste período do Sporting. Temos o ego em baixo, espernejamos, berramos, mas não conseguimos sair. O Moutinho de cócoras a segurar a cara com as duas mãos. O peso no coração depois do Caicedo ter mandado a bola ao poste. O Paulo Bento a tentar conter o entusiasmo da equipa logo após o 1-0. Pela televisão até me pareceu que o Bento tentou mudar de penteado, aliviar o risco ao meio. Pode ter sido só ilusão.
Tive pena do Bento, tive pena dos jogadores. No meu post anterior não procurei nunca sugerir a violência no estádio. Por favor, usem-na, mas contra o Bettencourt. Lamento estar em Londres neste momento.
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