Eduardo Barroso e Dias Ferreira são dois dos adeptos sportinguistas mais conhecidos na praça pública. Não gosto, nem me revejo, na qualidade de sportinguista, em nenhum deles. Eduardo Barroso é um “yes man”. Para ele está sempre tudo bem, nunca discorda de nenhuma medida duma direcção, apoia tudo o que vê, e nada lhe estranha ou ousa contestar. Apoia Roquette, Soares Franco ou Bettencourt. Defende Carlos Manuel, Paulo Bento ou Carvalhal. Tanto lhe faz. Para ele, se a direcção decidiu, está bem decidido. Faz-me confusão como é que alguém que é comentador de alguma coisa, pode ser uma pessoa que não tem sentido crítico. Se já sabemos que ele está de acordo com tudo, que é um porta-voz, ainda que não oficial, da direcção, para quê escutá-lo? Mas compreendo que lhe dê jeito apoiar tudo e todos. Tem um lugar cativo no Conselho Leonino, está a par das grandes decisões, tem uns convites para a tribuna e, acima de tudo, ganha protagonismo. Fruto desse protagonismo que ganhou, não é que volta e meia há um louco que lhe questiona “Quando é candidato a presidente do clube?” Para além disso, Eduardo Barroso é de um facciosismo tão primário, que chego a questionar-me se o que diz ou escreve é mesmo para ser levado a sério ou, se é meramente um exercício do que gostava que fosse mas infelizmente não se verifica.
Também não gosto de Dias Ferreira, embora por motivos diferentes. Dias Ferreira tem como principal característica o anti-benfiquismo. Por outro lado, envolvia-se em discussões aberrantes com Fernando Seara, chegando a roçar a infantilidade. Chegou quase a vias de facto com o comentador Pedro Baptista no antigo programa Jogo Falado, o que revela bem o seu nível. Dias Ferreira, ao contrário de Eduardo Barroso, é uma pessoa que vai dando uma no cravo e outra na ferradura. Crítica, contesta, mas depois rende-se. Não muda de opinião, faz pior, dá cambalhotas de opinião. Insurgiu-se contra Soares Franco, fez discursos inflamados contra o poder, lançou-se como candidato a presidente, mas depois calou-se, como resultado de um almoço com Soares Franco, patrocinado por José Roquette, no sentido de o demover a candidatar-se à presidência. Fez o mesmo papel com José Eduardo Bettencourt (JEB). Lançou-se para presidente, viu mais uma vez que não tinha apoio, amuou e criticou e, JEB lá o convidou para presidente da Assembleia Geral (AG), para o pobre coitado se calar.
Dias Ferreira goza de um estatuto que nunca compreendi. Há mais de 20 anos ligado à causa leonina, não lhe conheço nenhum grande feito como sportinguista, para além daquele de ganhar dinheiro à custa do seu sportinguismo na televisão. É o verdadeiro “notável”. Como dirigente nunca ganhou nada, tendo inclusivamente sido corrido a pontapé no ano em que quebrámos o jejum. Por isso, foi com estranheza que recebi a noticia que JEB tinha decidido substituir Rogério Alves por Dias Ferreira na mesa da AG. Mas tentei perceber.
Vi três razoes para a escolha recair em Dias Ferreira: primeiro, o facto de JEB ter necessidade de calá-lo. Caso não lhe desse um cargo, e depois de lhe ter tirado o tapete para se candidatar a presidente, JEB teria mais um membro para a minoria perturbadora; segundo, sendo Dias Ferreira um tipo de sportinguista no qual muitos se revêem, era mais uma franja de sportinguista que era satisfeita. Ao contrário de Rogério Alves (que foi um excelente presidente da AG, com bastante nível a dirigir as assembleias, que foram muito difíceis) que não tem uma corrente própria como o anti-benfiquismo, Dias Ferreira representa uma faixa de sportinguistas que quase preferem que o Benfica perca ao Sporting ganhar; por ultimo, sempre pensei que seria uma estratégia de JEB para se resguardar. Dias Ferreira falaria à segunda como fazem os Pôncios, os Searas, os Aguiares desta vida, como portadores duma mensagem oficiosa do clube, contra árbitros, rivais e organismos. O presidente não se envolveria na luta diária, e deixava este tipo de lutas para Dias Ferreira à segunda à noite, sabendo a opinião pública que era o Sporting que estava ali representado, e não o cidadão sportinguista Dias Ferreira.
Está bom de ver que pensei tudo mal. Rogério Alves saiu, e causou mais perturbação fora do que causava dentro, e ainda mais perturbação que causaria Dias Ferreira caso não tivesse entrado. Por outro lado, JEB não se resguardou. Fala todos os dias, conseguindo por vezes ter declarações mais patéticas e de baixo nível do que Dias Ferreira tem à segunda à noite. Salva-se a questão de agradar a uma franja. Uma franja de descontentamento que JEB veria crescer, caso não tivesse um adepto estilo Dias Ferreira ao seu lado.
Do mesmo que vi Dias Ferreira agora chegar ao poder, vejo outros também a chegarem. Uma vez no Restelo, quando Soares Franco anunciou que ia ser candidato em 2006, conheci uma pessoa que está ligada às claques, embora não seja membro activo. Disse que jamais votaria Soares Franco, que teríamos que correr com aquele Roquettismo exacerbado, que o clube precisava de levar uma volta. Achei-o demasiado exaltado, mas até concordei com os seus argumentos. Por acaso, passados quatro meses, na AG que votava a venda do património, calhou sentar-me atrás dessa pessoa. Cada vez que alguém falava contra Soares Franco, essa pessoa assobiava, chegando inclusive. a mandar “caldos” às pessoas que se sentavam à sua frente e que, por sinal, votavam contra a alienação de património. Fiquei um pouco confuso e estupefacto com aquela reacção, sem perceber muito bem o que se estava a passar. Aquela pessoa que tinha estado comigo, insurgindo-se de modo veemente contra Soares Franco agora até agredia sócios para defender a proposta do presidente. Demasiado estranho. Tive a resposta uns meses mais tardes, quando vi essa pessoa na direcção de Soares Franco. Percebi mais uma vez a franja que era preciso silenciar.
A inserção de Sá Pinto e Salema Garção insere-se na mesma lógica. Sá Pinto é adorado pelas claques do Sporting, apesar de ter chegado a dizer quando estava em Espanha, que lhe era indiferente voltar ao FC Porto ou ir para o Sporting, ou de ter prejudicado, e muito, financeira e desportivamente o clube em momentos decisivos. O mesmo se passa com Salema Garção. O único motivo que encontro para a sua nomeação para “Team manager”, ou lá o que isso é, é também o ser adorado pelas claques, que já prestaram um agradecimento publico ao “grande Miguel Salema Garção” no CD da JuveLeo. Estava a espera que nomeassem também o Vuckcevic para um cargo qualquer administrativo, até porque o rapaz não gosta de futebol, mas já caiu no goto das claques, apesar dos prejuízos financeiros e desportivos que já causou ao clube.
Paulo Bento disse que JEB quer agradar a certas franjas. Os nomes estão escolhidos, o poder sai vergado, o cortar a direito é adiado. Até quando a mesma ladainha de que o clube não é governado de fora para dentro?
Também não gosto de Dias Ferreira, embora por motivos diferentes. Dias Ferreira tem como principal característica o anti-benfiquismo. Por outro lado, envolvia-se em discussões aberrantes com Fernando Seara, chegando a roçar a infantilidade. Chegou quase a vias de facto com o comentador Pedro Baptista no antigo programa Jogo Falado, o que revela bem o seu nível. Dias Ferreira, ao contrário de Eduardo Barroso, é uma pessoa que vai dando uma no cravo e outra na ferradura. Crítica, contesta, mas depois rende-se. Não muda de opinião, faz pior, dá cambalhotas de opinião. Insurgiu-se contra Soares Franco, fez discursos inflamados contra o poder, lançou-se como candidato a presidente, mas depois calou-se, como resultado de um almoço com Soares Franco, patrocinado por José Roquette, no sentido de o demover a candidatar-se à presidência. Fez o mesmo papel com José Eduardo Bettencourt (JEB). Lançou-se para presidente, viu mais uma vez que não tinha apoio, amuou e criticou e, JEB lá o convidou para presidente da Assembleia Geral (AG), para o pobre coitado se calar.
Dias Ferreira goza de um estatuto que nunca compreendi. Há mais de 20 anos ligado à causa leonina, não lhe conheço nenhum grande feito como sportinguista, para além daquele de ganhar dinheiro à custa do seu sportinguismo na televisão. É o verdadeiro “notável”. Como dirigente nunca ganhou nada, tendo inclusivamente sido corrido a pontapé no ano em que quebrámos o jejum. Por isso, foi com estranheza que recebi a noticia que JEB tinha decidido substituir Rogério Alves por Dias Ferreira na mesa da AG. Mas tentei perceber.
Vi três razoes para a escolha recair em Dias Ferreira: primeiro, o facto de JEB ter necessidade de calá-lo. Caso não lhe desse um cargo, e depois de lhe ter tirado o tapete para se candidatar a presidente, JEB teria mais um membro para a minoria perturbadora; segundo, sendo Dias Ferreira um tipo de sportinguista no qual muitos se revêem, era mais uma franja de sportinguista que era satisfeita. Ao contrário de Rogério Alves (que foi um excelente presidente da AG, com bastante nível a dirigir as assembleias, que foram muito difíceis) que não tem uma corrente própria como o anti-benfiquismo, Dias Ferreira representa uma faixa de sportinguistas que quase preferem que o Benfica perca ao Sporting ganhar; por ultimo, sempre pensei que seria uma estratégia de JEB para se resguardar. Dias Ferreira falaria à segunda como fazem os Pôncios, os Searas, os Aguiares desta vida, como portadores duma mensagem oficiosa do clube, contra árbitros, rivais e organismos. O presidente não se envolveria na luta diária, e deixava este tipo de lutas para Dias Ferreira à segunda à noite, sabendo a opinião pública que era o Sporting que estava ali representado, e não o cidadão sportinguista Dias Ferreira.
Está bom de ver que pensei tudo mal. Rogério Alves saiu, e causou mais perturbação fora do que causava dentro, e ainda mais perturbação que causaria Dias Ferreira caso não tivesse entrado. Por outro lado, JEB não se resguardou. Fala todos os dias, conseguindo por vezes ter declarações mais patéticas e de baixo nível do que Dias Ferreira tem à segunda à noite. Salva-se a questão de agradar a uma franja. Uma franja de descontentamento que JEB veria crescer, caso não tivesse um adepto estilo Dias Ferreira ao seu lado.
Do mesmo que vi Dias Ferreira agora chegar ao poder, vejo outros também a chegarem. Uma vez no Restelo, quando Soares Franco anunciou que ia ser candidato em 2006, conheci uma pessoa que está ligada às claques, embora não seja membro activo. Disse que jamais votaria Soares Franco, que teríamos que correr com aquele Roquettismo exacerbado, que o clube precisava de levar uma volta. Achei-o demasiado exaltado, mas até concordei com os seus argumentos. Por acaso, passados quatro meses, na AG que votava a venda do património, calhou sentar-me atrás dessa pessoa. Cada vez que alguém falava contra Soares Franco, essa pessoa assobiava, chegando inclusive. a mandar “caldos” às pessoas que se sentavam à sua frente e que, por sinal, votavam contra a alienação de património. Fiquei um pouco confuso e estupefacto com aquela reacção, sem perceber muito bem o que se estava a passar. Aquela pessoa que tinha estado comigo, insurgindo-se de modo veemente contra Soares Franco agora até agredia sócios para defender a proposta do presidente. Demasiado estranho. Tive a resposta uns meses mais tardes, quando vi essa pessoa na direcção de Soares Franco. Percebi mais uma vez a franja que era preciso silenciar.
A inserção de Sá Pinto e Salema Garção insere-se na mesma lógica. Sá Pinto é adorado pelas claques do Sporting, apesar de ter chegado a dizer quando estava em Espanha, que lhe era indiferente voltar ao FC Porto ou ir para o Sporting, ou de ter prejudicado, e muito, financeira e desportivamente o clube em momentos decisivos. O mesmo se passa com Salema Garção. O único motivo que encontro para a sua nomeação para “Team manager”, ou lá o que isso é, é também o ser adorado pelas claques, que já prestaram um agradecimento publico ao “grande Miguel Salema Garção” no CD da JuveLeo. Estava a espera que nomeassem também o Vuckcevic para um cargo qualquer administrativo, até porque o rapaz não gosta de futebol, mas já caiu no goto das claques, apesar dos prejuízos financeiros e desportivos que já causou ao clube.
Paulo Bento disse que JEB quer agradar a certas franjas. Os nomes estão escolhidos, o poder sai vergado, o cortar a direito é adiado. Até quando a mesma ladainha de que o clube não é governado de fora para dentro?
2 comentários:
o exemplo do sa pinto eh gritante. um homem que nunca deu nada ao clube excepto preocupacoes...
Excelente artigo! parabéns pela lucidez e coragem.. É na verdade patético e um atentado à classe esses dois senhores visados (Dr. Barroso e Dias Ferreira). Na minha humilde opinião , ainda há outro que bem se poderia incluir neste filme aberrante de personagens ditas sportinguistas que é o Rui Oliveira e Costa, um individuo mais temperado que os dois primeiros mas ainda assim cobarde no que toca ao medo ridiculo e vassalagem que presta ao FCP.Diz o próprio ás terças-feiras, no "contexto" FCP , que não comenta situações de indole judicial nomeadamente os alegados casos de corrupção por parte de Pinto da Costa, mas quanto ao SLB, sempre que vê uma "aberta" faz insinuações cinicas e irracionais por puro ódio e parvoíce, é outro infeliz instruido apenas para o "bota abaixo". Certamente existem pessoas com outra categoria e outra verticalidade ligadas ao SCP para fazer o que estes senhores deveriam fazer em tempo de antena e que não fazem que é elevar o nome do SCP com distinção e brilhantismo.
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