Após um aborrecido jogo dos quartos de final da CAN, ANgola acabou eliminada pelo Gana. Estava curioso para ver melhor esta equipa angolana (tinha apenas assistido à primeira parte do jogo inaugural) e pelo colectivo acabei desiludido. Faltam centrais (não há um realmente convicente), falta alguém que faça a equipa jogar no meio-campo (o Figueiredo que saia da reforma), e o resultado final é uma equipa que procura os flancos para cruzamentos mas, quando não os encontra, se limita a marrar no adversário e pontapear bolas para a frente à espera que esta faça sozinha aquilo que os pés palanca não conseguem.
De qualquer modo, não deixo de pensar que os clubes, promotores e agentes portugueses deviam apostar mais neste país. A equipa eliminada sem glória não deixa de mostrar alguns vislumbres do que poderia ser uma fonte de jogadores para o campeonato português.
A maioria de nós já terá visto jogar várias vezes o Flávio, que me saltou pela primeira vez à vista em jogos do Al Ahly treinado por Manuel José. Trata-se de um jogador rápido e incisivo, baixo mas bom de cabeça, e provavelmente o melhor finalizador angolano. À escala, uma espécie de Derlei que teria gostado de ver na nossa liga durante os seus melhores anos (por exemplo numa Académica ou mesmo Vitória de Guimarães).
Chara, de quem se tem ouvido falar de estar a caminho do Porto, é um jogador esclarecido no meio campo defensivo, com tranquilidade no passe curto e uma razoável ocupação de espaço. Precisa talvez de se fortalecer do ponto de vista físico - sobretudo mais agilidade e também um pouco mais de músculo.
Job, este falado para o Benfica, foi uma bela surpresa. Ousado, bom no drible curto e nos cruzamentos, tem alguma velocidade (que deveria melhorar) e ficou frustrada a minha curiosidade de atestar os seus dotes de finalização. Duvido que ainda vá a tempo de desenvolver, à extensão necessária, os dotes que lhe faltam para ser jogador de um grande, mas poderá estar ali um jogador pelo menos ao nível do Lito (Académica), de quem gosto bastante - embora sejam jogadores diferentes para posições semelhantes. Se não for o Benfica, espero que algum clube português de média dimensão pegue nele para o podermos ver melhor.
Desiludiram-me o Manucho (falhou as melhores ocasiões de Angola) e o Djalma (não fez uma ruptura e falhou inúmeros passes).
Uma nota final para dizer que pessoalmente fico sempre mais interessado quando chega ao nosso país um jogador angolano do que um argelino, maliano, croata ou peruano desconhecido. A ligação lusófona para mim ainda conta alguma coisa....
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