Nestes dias que o Papa e a convocatória da selecção têm dominado as atenções dos media, gostava mesmo que alguém falasse um pouco de Fado, de forma a mostrarmos ao mundo que somos o país dos três F's que o nosso querido Salazar tanto propagandeava. Ou será que esta crise constante na qual vivemos metidos há já longos anos é o nosso Fado, e que agora importa esconder também?
Assisti na passada 2ª feira a um espectáculo digno de se ver - marcado que estava o anúncio da convocatória para as 20h, hora normalmente ocupada pelo Jornal da Noite, foi decidido atrasar uns minutinhos a convocatória e anunciar ao país que há a forte possibilidade de se aumentar o IVA em 2% e criar um imposto especial sobre o subsídio de Natal, de forma a se "arranjar" à boa maneira portuguesa 1,7 mil milhões de euros até ao fim do ano. E pronto, dada que está a notícia, "vamos em directo para a Covilhã, onde o seleccionador nacional se prepara para anunciar os 23, perdão, 24 atletas que vão representar o país na África do Sul".
Que manobra, que classe, que maestro que temos perante nós! Eu arrisco a dizer que a opção por Zé Castro, Ricardo Costa, Daniel Fernandes e Beto também terá dedo do maestro. Nada como escolhas polémicas para meter o povo a discutir durante dias a fio, e lá para quinta-feira já nem se lembram que as prendas de Natal este ano vão levar um corte radical. E que importância, relevância tem toda esta discussão dos convocados, meti-me eu a pensar ontem e cheguei à brilhante conclusão que zero. Nenhum deles vai fazer um minuto que fôr em campo, tal como Ruben Amorim, Rui Patrício, Moutinho ou Quim não fariam, pelo que resta-nos esperar que o Cristiano Ronaldo finalmente mostre na selecção o que tem demonstrado nos clubes para o maestro ter mais um mesito de descanso.
3 comentários:
hoje vi a carminho e gostei
Nada como o Benfica campeão, o anúncio da selecção e a visita do Papa para distrair um pouco as atenções. Não sei se é se é bom ou mau para o bem comum.
P.S. Segundo consta, o Salazar nunca propagandeou o futebol e nem lhe ligava peva (o que não quer dizer que não pudesse estar atento às vantagens que tirava dele) e o Estado Novo oficialmente sempre objectou ao futebol como espectáculo.
Não percebem nada, o Fado moderno são os festivais de verão...
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