Já disse isto a vários amigos meus benfiquistas: se as coisas se tivessem passado de um modo normal, o Benfica estaria ainda hoje a meio de um jejum de mais de quinze anos em busca de um campeonato. Só que as coisas não se passaram de modo normal, e o Benfica quebrou um ciclo de mais de dez anos com o campeonato ganho pelo Senhor Trapattoni.
Tudo foi anormal naquela época. O FC Porto perdeu mais de vinte pontos em casa, sofreu sete derrotas, teve três treinadores (por sinal três dos cinco que no longo reinado de Pinto da Costa não foram campeões). O Sporting somou nove derrotas, alternou o fantástico com o horrível, e nunca conseguiu embalar para um ciclo de mais de três vitórias seguidas. Mesmo com um FC Porto e Sporting em plano muito fraco, o Benfica não foi um campeão brilhante, antes pelo contrário Foi provavelmente o campeonato mais nivelado por baixo que me lembro, em que o campeão não foi o melhor, nem sequer o menos mau.
O que fica da memória desse campeão é o penalty do Karadas, o golo do Luisão, os lances de bola parada (livres e penalties) inventados na recta final da prova, os jogos subterrâneos das partidas com o Estoril, e pouco, muito pouco mais. Ninguém se lembra de uma grande exibição do Benfica, é difícil eleger-se o jogador que marcou a diferença na equipa, é complicado vislumbrar quantas vitórias foram por mais de um golo de diferença (foram 4 em 34 jogos!).
Claro que sempre que digo isto, os benfiquistas insurgem-se dizendo que os penalties e livres deram um campeonato ao Sporting de Jardel, esse sim, um verdadeiro escândalo. Claro que se socorrem da estatística para quererem comparar um campeonato como o de 2001/02 com o de Trapattoni. Nas estatísticas vêem 17 penalties a favor do Sporting, e mais não vêem. Nem se dão ao trabalho de perguntar se a maioria foi ou não bem assinalada, se quando foram marcados os jogos já estavam resolvidos, se outros não ficaram por apontar, etc. É o que se chama desonestidade intelectual. Mas ainda bem que há este Benfica de Jorge Jesus para que muitos desses benfiquistas percebam que a estatística por si só pouco vale, que é preciso ver as coisas num todo, inseridas num contexto.
Provavelmente o Benfica vai ser campeão (espero que não e acho que ainda é cedo). Provavelmente (como já vi aqui num companheiro de blog), muitos vão olhar para as estatísticas no final do campeonato e dizer que o Benfica teve “n” penalties a favor, que o Cardozo só de penalty obteve “x%” dos seus golos, que foi raro os adversários do Benfica acabarem com onze jogadores, etc. Mas a maioria, os intelectualmente honestos, lembrar-se-ão do que é que a equipa jogava, do espectáculo que dava, do quarteto maravilha (Di Maria, Aimar, Saviola e Cardozo), das constantes goleadas, etc. Ninguém se vai lembrar dos penalties mal assinalados sobre o Aimar, das simulações do Saviola, das entradas do Javi, etc. Isto tudo, porque independentemente de benefícios pontuais, o Benfica mostra ser bastante superior aos outros (pelo menos nesta fase) como o Sporting foi no campeonato de Jardel.
Se o Benfica for campeão, este Benfica sim, e não o de Trapattoni, poderá ser comparado com o de Jardel. Na qualidade do futebol, na excelência dos artistas e até mesmo nas estatísticas, à primeira vista favoráveis. Espero então, que alguns desses iluminados benfiquistas perceba que o que distingue o campeonato de Jesus e de Trapattoni e deste com o de Boloni, não são apenas estes meros conceitos estatísticos, mas algo mais profundo: a qualidade do futebol jogado que nos ficou na memória.
Tudo foi anormal naquela época. O FC Porto perdeu mais de vinte pontos em casa, sofreu sete derrotas, teve três treinadores (por sinal três dos cinco que no longo reinado de Pinto da Costa não foram campeões). O Sporting somou nove derrotas, alternou o fantástico com o horrível, e nunca conseguiu embalar para um ciclo de mais de três vitórias seguidas. Mesmo com um FC Porto e Sporting em plano muito fraco, o Benfica não foi um campeão brilhante, antes pelo contrário Foi provavelmente o campeonato mais nivelado por baixo que me lembro, em que o campeão não foi o melhor, nem sequer o menos mau.
O que fica da memória desse campeão é o penalty do Karadas, o golo do Luisão, os lances de bola parada (livres e penalties) inventados na recta final da prova, os jogos subterrâneos das partidas com o Estoril, e pouco, muito pouco mais. Ninguém se lembra de uma grande exibição do Benfica, é difícil eleger-se o jogador que marcou a diferença na equipa, é complicado vislumbrar quantas vitórias foram por mais de um golo de diferença (foram 4 em 34 jogos!).
Claro que sempre que digo isto, os benfiquistas insurgem-se dizendo que os penalties e livres deram um campeonato ao Sporting de Jardel, esse sim, um verdadeiro escândalo. Claro que se socorrem da estatística para quererem comparar um campeonato como o de 2001/02 com o de Trapattoni. Nas estatísticas vêem 17 penalties a favor do Sporting, e mais não vêem. Nem se dão ao trabalho de perguntar se a maioria foi ou não bem assinalada, se quando foram marcados os jogos já estavam resolvidos, se outros não ficaram por apontar, etc. É o que se chama desonestidade intelectual. Mas ainda bem que há este Benfica de Jorge Jesus para que muitos desses benfiquistas percebam que a estatística por si só pouco vale, que é preciso ver as coisas num todo, inseridas num contexto.
Provavelmente o Benfica vai ser campeão (espero que não e acho que ainda é cedo). Provavelmente (como já vi aqui num companheiro de blog), muitos vão olhar para as estatísticas no final do campeonato e dizer que o Benfica teve “n” penalties a favor, que o Cardozo só de penalty obteve “x%” dos seus golos, que foi raro os adversários do Benfica acabarem com onze jogadores, etc. Mas a maioria, os intelectualmente honestos, lembrar-se-ão do que é que a equipa jogava, do espectáculo que dava, do quarteto maravilha (Di Maria, Aimar, Saviola e Cardozo), das constantes goleadas, etc. Ninguém se vai lembrar dos penalties mal assinalados sobre o Aimar, das simulações do Saviola, das entradas do Javi, etc. Isto tudo, porque independentemente de benefícios pontuais, o Benfica mostra ser bastante superior aos outros (pelo menos nesta fase) como o Sporting foi no campeonato de Jardel.
Se o Benfica for campeão, este Benfica sim, e não o de Trapattoni, poderá ser comparado com o de Jardel. Na qualidade do futebol, na excelência dos artistas e até mesmo nas estatísticas, à primeira vista favoráveis. Espero então, que alguns desses iluminados benfiquistas perceba que o que distingue o campeonato de Jesus e de Trapattoni e deste com o de Boloni, não são apenas estes meros conceitos estatísticos, mas algo mais profundo: a qualidade do futebol jogado que nos ficou na memória.
5 comentários:
(quase) totalmente de acordo. Sei que cheguei ao fim do ano em que fomos campeões e pensei e disse que sacrificaria pacificamente os campeonatos seguintes em troca de bom futebol. A verdade é que desde há uns anos para cá comecei a fazer algumas incursões de zapping durante os jogos do Benfica - ainda assim os períodos em que fiz menos foram a primeira metade de campeonato de koeman e a espaços fernando santos.
Este ano, podemos perfeitamente não ser campeões mas não faço zapping. Muitas vezes tenho que conter o reflexo de vómito de ter o Jesus como treindador do Benfica mas pelo menos não tem sido um tédio.
Atenção que nesse campeonato do Jardel houve um FCPorto que lutou até ao fim...
Atenção que a luta não se limita a Benfica - SCPorting... Há um todo poderoso, que por acaso é tetracampeão, FCPORTO!
De resto concordo com a análise feita do campeonato ganho pela velha raposa - o pior e mais atípico campeonato que há memória (pelo menos na minha - 29 anos)
Vamos cá ver...
quem lutou até ao fim com o Sporting nesse ano..foi o Boavista...e só quando o Boavista perde com o Benfica...é que nos sagramos campeoes. O Porto nesse ano lutou até ao fim..mas pela taça uefa...com o Benfica do Jesualdo. so uma vitoria em pacos ferreia..é que valeu.
quanto à luta nao se resumir a benfica e sporting..completamente de acordo. quando digo que ainda nao acabou..refiro-me claro ao FC Porto que continua e bem na luta pelo Penta...
Trap e mts italianos são assim mesmo, jogam para o 1-0. Coisa q pouco adepto aprecia. Desse ano lembro-me do aparecimento de Simão, jogador de equipa. E das soluções que a compra de Nuno Assim trouxe. E lembro-me de pensar q embora campeão, não queria mais Trap lá...
A equipa era tao fraca que mesmo embalada pela conquista do campeonato e com um penalty inventado ao abrir o jogo, foi capaz de falhar a dobradinha num estadio do Jamor cheio de benfiquistas contra uma equipa orientada por Jose Rachao.
enfim...palavras para quê..?
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